
Oito dísticos para a minha terra
Queria agora uma tarde de chuva no Seridó
com seu aconchego de mãe verdadeira.
Queria agora construir castelos
na areia permeável do terreiro de casa.
Queria botar água no vaso de louça
para as horas sertanejas.
Queria o lençol de retalhos coloridos
cheirando a pedras do quaradouro.
Queria sentir o redemoinho na entrada da casa
para eu dizer: “cruz, cruz, cruz!”.
Queria um sonho com melaço de açúcar
para adoçar os meus confusos sentimentos.
Queria construir um tempo de memórias
com antíteses disfarçadas em ventanias.
Queria alimentar meus sonhos verdes
Para receber, tranqüila, a maturidade.
Maria Maria