Não tenho telhados vermelhos
como Lisboa, ou de vidro
como o Louvre.
Minha arquitetura me permite

apenas ver o não dito sob o telhado
da choupana seridoana.
E tenho uma telha, um talhe
que se entorta a cada pegada de mim,
quando felina.
E tenho, o impossessivo.
O pouco de chuva que respinga
de minhas sendas.
E embora a pena de algum passarinho
desmai sobre meu leito,
tenho no peito, o pouco de mim.
Maria Maria
In Poetas vermelhos
3 comentários:
Aparentemente, o comentário feito por mim ontem, ou antes de ontem (não me lembro bem), foi parar no "buraco negro" da internet. Resumindo: eu afirmava que gostei do poema, fazendo um jogo de palavras que me escapa agora. Abraços.
sempre venho aqui esperando um belo poema.
sempre encontro.
abç
Admiro seu jeito de escrever, principalmente a consciência do Eu que se faz presente em seus versos. Ainda me lembro do primeiro que li em que o Eu era também água.
Obrigada por lincar o meu florescer ao seu.
Abraços e bom domingo
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