É tarde, amado poeta!Dormirei nua o sono das deusas
e acordarei girassóis do eterno
estado de adormecência.

Farei o sol girar em círculos
como lobos à caça de um beijo
e alçarei vôos como as gaivotas.
Não serei a escrava de um reino
escondido. Não serei.
Mas a rainha da janela.
Embora deseje-te à hora
em que o chão dorme, não
posso me dizer mais...
É tarde, não te canses do teu tempo.
Durma, nesse meio tom.
Durma, amado poeta!
Maria Maria