sábado, 16 de junho de 2007

Elo

Entre a hora do encontro
e a fome de ter-te em mim,
meu corpo- tua casa- em espera,
estado de loucura sem fim.

Por que demoras, meu peregrino?
Que estrada te deserta nesse deserto de mim?

Onde andam as esferas do nosso gozo marfim?

Vem voando, anjo aberto,
vem cá perto,
dá-me a boca feito verso

Tira esse deserto de mim.

Maria Maria



5 comentários:

Moacy Cirne disse...

Minha cara MariaMaria, um de seus melhores poemas, entre o lirismo e o não-deserto verbal: a imagem amorosa que se faz poesia. Um beijo.

Jeanne Araujo disse...

Minha linda, "meu corpo-tua casa- em espera, estado de loucura sem fim" é maravilhoso, substancial, tocável. Adoro cada vez mais seus poemas.bjos

Anônimo disse...

É um b"Elo" poema! Em se tratando de deserto, peregrino, feito verso, eu me encolho dentro dessas palavras para desvenda-las. Muito-ótimo-demais. Um forte abraço e minha mãe falou que vc foi lá em casa, em breve estarei de férias e farei uma visita a ti.

Sds

Odon JR

Theo G. Alves disse...

saboroso. saborosíssimo, Miss Eme.

beijo enorme!

Sandra Regina disse...

Achei seu link por aqui... vim lendo... desde o nome do blog, tudo o que li é encantador! já sou fã! beijossss