domingo, 2 de outubro de 2011


DE TANTO ESPERAR

De tanto esperar tenho teias pelo meu corpo:
aranhas, fios, lãs, besouros
todos ,
fazendo poemas e recitando dores desiguais.

Meu sangue não é azul
como o das consulesas,
meu sangue tem cor
de ausência.

Eu sei...
sei da prisão
que é ser incompleta
e da alforria que me aprisiona.

Isauras não existem
Só o tempo se desconfigura e desmancha as teias
que tenho pelo corpo, de tanto esperar!

Maria Maria

3 comentários:

Canto da Boca disse...

(a ausência é tão vermelha!)

Jaime Adilton disse...

Taí uma poesia que gostei de cara: De tanto esperar! Eita seridoense arretada! Como eu queria, de profundis, ter escrito este poema, fazendo poemas e recitando dores desiguais é a nossa sina. Parabéns!!!

O Renascimento da Vênus - Mamafrei disse...

"O amor sobrevive é de esperas" (Pe. Fábio de Melo)