
DE TANTO ESPERAR
De tanto esperar tenho teias pelo meu corpo:
aranhas, fios, lãs, besouros
todos ,
fazendo poemas e recitando dores desiguais.
Meu sangue não é azul
como o das consulesas,
meu sangue tem cor
de ausência.
Eu sei...
sei da prisão
que é ser incompleta
e da alforria que me aprisiona.
Isauras não existem
Só o tempo se desconfigura e desmancha as teias
que tenho pelo corpo, de tanto esperar!
Maria Maria
3 comentários:
(a ausência é tão vermelha!)
Taí uma poesia que gostei de cara: De tanto esperar! Eita seridoense arretada! Como eu queria, de profundis, ter escrito este poema, fazendo poemas e recitando dores desiguais é a nossa sina. Parabéns!!!
"O amor sobrevive é de esperas" (Pe. Fábio de Melo)
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