
O gosto da infância
As minhas infâncias
têm cheiro de capim
adoçado com água de chuva.
Tem João, o doido, criando
e recriando-se nas nossas
imagens matinais.
Tem sapatos e roupas novas,
sinos na decoração da casa
e a luz do tempo natalino.
Tem também azedinhas verdes
e ardentes nas tardes em
que o tempo se finda.
Tem a indefinção solitária
da aparência temporal que
se configura em retratos subjetivos.
Tem, enfim, toda a dor e a ausência
e, perene, o verdadeiro sentido
da vida.
Maria Maria
Imagem da net
2 comentários:
Lindo, Maria Maria!
Recordar a infância já é poesia, e você o fez de forma majestosa!
Beijos e um FELIZ NATAL
Mirze
Essa poesia está muito legal, criativo, suas poesias realmente me faz pensar mais sobre o mundo e sobre os velhos tempos.
um abraço
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