domingo, 2 de maio de 2010


A quarta

Para meu vô, Justino


A quarta de vovô
não era a quarta-feira
de cinzas.

A quarta de vovô
não era de tintas.

A quarta de vovô
guardava a água
todos os dias.

Não era uma quarta parte
do todo

Era uma quarta
onde havia guardada nela:
água, amizade, saudade, alegria.

Maria Maria

4 comentários:

Unknown disse...

Que lindo Maria Maria!

Adoro essa linguagem de nossos ancestrais. Pelo visto, seria uma moringa, onde ele brindava a amizade e o sabor da vida!

Maravilhoso!

Beijos

Mirse

Maria José Mamede disse...

Eme,

As lembranças dos alunos, portando uma quartinha nas escolas primárias,
estão em mim, desde menina.

Lindo o seu poema!

MJosé.

BAR DO BARDO disse...

Bem.

Quarta saudosa - que permanece...

José Carlos Brandão disse...

Quarta que mata a sede como uma moringa d'água.