domingo, 21 de fevereiro de 2010


Aurora boreal

Eu tive um tempo. Um tempo “vazio”. Não havia promessas, nem expectativas, nem sonho. Talvez poesia. Sim, poesia havia. E lembro, com certa nitidez, de um vento. Não sei bem dele, se era vento norte, sul ou estrangeiro, porém era um vento docemente sensato comigo.
Naquela época eu enfrentava leões, dragões, serpentes ou o que viesse à minha frente. Talvez fosse mais inocente e não pensasse nas conseqüências dos fatos.
Esse tempo tão livre e meu era propriedade privada e lá eu abria janelas, fechava portões, guardava as torres como a proteger-me.
Eu era muito feliz naquela estação temporal e tinha caneta, papel e imaginação.
Não cuidava do jantar e nem esperava o marido. As companhias inseparáveis e mel eram minhas asas. Sim, as asas me levavam ao relógio de Londres, aos Moinhos Holandeses e as Cataratas do Iguaçu.
Eram momentos dourados porque eu tinha 18 anos e esses eram tempos de ouro, de aurora boreal.

Maria Maria

5 comentários:

Unknown disse...

Da aurora ao arrebol, tudo pode ser boreal para o norte que o nosso olhar der à luz.

Maria Maria disse...

Lindo, Emerson!!!!!

Adorei o comentário.

Beijos

Moacy Cirne disse...

belobelobelezaurora.

beijos.

Salvador d'Almeida disse...

gostava que os meus 18 anos durassem para sempre mas a acumular experiencia

Moacy Cirne disse...

Oi,
você está no Balaio de hoje,
com um poema mais antigo.

Beijos.