quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010


Desalinhos


Queria desenhar o mundo
e nele, fazer-me adolescente
ou ninfa
dos Contos de Fada.

Mas meus desenhos
nem sempre seguem o Norte,
não entendo muito de direções
ou de bússolas.

Queria desenhar o mundo e não mostrar
seus efeitos colaterais: Vulcões, terremotos
e acontecimentos naturais que solidificam,
como amálgama, a doce idéia de mundo.

Mas eu posso desenhar o meu mundo
quando colaboro com a minha aldeia.
posso sim permitir que a folha da minha acácia
fique onde está.

Posso permitir que as formigas
- carregadoras de folhas-
façam o seu trajeto como um pássaro
livre no céu.

Posso desenhar um mundo
mesmo que este mundo
seja a representação
do meu universo interior.

Gildecir,
Paula
Maria Maria

Poema construído a seis mãos no encontro de Língua Portuguesa
realizado pela 9 Dired nos dias 24 e 25 de fevereiro de 2010, como parte do programa Olimpíadas de Língua Portuguesa, promovidas pelo MEC.

Tela: Lírio da Paz, por Eme Gomes

Um comentário:

BAR DO BARDO disse...

"Posso sim permitir que a folha da minha acácia
fique onde está."

A seis mãos, primeira vez.