sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Entre dois garfos

O espaço mínimo e fino dessa dimensão é o que me torna – um pouco – clariciana. Como dividir, já dividido, os átomos entre dois metais de textura e forma iguais? E como ser repetitiva num tempo em que a repetição não é mais um modelo de parceria?

Reitero. Reitero sempre e sempre me renovo como o copo de leite nascido no meu jardim de inverno – nesta terra de verões. Branco e virgem, taludo, gomoso. Primeira imagem de broto vesperado.

Aos poucos, nasce o verde que desafia o tempo e cresce intenso na sua missão de ser sempre a cor que o coração deseja.

No momento não consigo abstrair respostas do meu livro como os místicos. Acho- me perdida entre as páginas ou as respostas são parábolas para a minha mente pouco sagaz.

Juntaremos os garfos? Diminuiremos o espaço entre as fortalezas de metal? Ou faremos as construções parnasianas? Se colocarmos os garfos à prova do fogo, quem sabe não faremos deles um só garfo ou, ao final do processo de moldar o ferro ou o ouro não tenhamos construído um interessante poema parnasiano?



Maria Maria

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