quinta-feira, 3 de junho de 2010


RUA DO BREJO

Para Uda, minha irmã

Quando te vejo,
vislumbro o horizonte:
sinto o cheiro do mato
a imponência do monte.

Serras nuas de verde:
cacto, galho, cardeiro,
reservatório de água
na colina do cruzeiro.

Cruzeiro da meninice,
da flor do mandacaru,
do leito do rio seco,
do menino que corre nu.

Crianças livres na rua,
abelhas, picadas, capins,
zigue-zague indo à lua
brincadeiras nos jardins.

Campos de flores roubadas,
de gatos e bem-te-vis,
de noites e madrugadas,
dos beijos dos Serafins.

Saudade lá do meu brejo,
da pura infância que tive,
da caatinga, do cerrado
do lugar onde nasci.

Maria Maria

Escrito em 1986

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