Desalinhos
Queria desenhar o mundo
e nele, fazer-me adolescente
ou ninfa
dos Contos de Fada.
Mas meus desenhos
nem sempre seguem o Norte,
não entendo muito de direções
ou de bússolas.
Queria desenhar o mundo e não mostrar
seus efeitos colaterais: Vulcões, terremotos
e acontecimentos naturais que solidificam,
como amálgama, a doce idéia de mundo.
Mas eu posso desenhar o meu mundo
quando colaboro com a minha aldeia.
posso sim permitir que a folha da minha acácia
fique onde está.
Posso permitir que as formigas
- carregadoras de folhas-
façam o seu trajeto como um pássaro
livre no céu.
Posso desenhar um mundo
mesmo que este mundo
seja a representação
do meu universo interior.
Gildecir,
Paula
Maria Maria
Poema construído a seis mãos no encontro de Língua Portuguesa
realizado pela 9 Dired nos dias 24 e 25 de fevereiro de 2010, como parte do programa Olimpíadas de Língua Portuguesa, promovidas pelo MEC.
Tela: Lírio da Paz, por Eme Gomes